'Meu filho ia virar outro Amarildo', diz mãe de dançarino morto no Rio | Rio das Ostras Jornal

'Meu filho ia virar outro Amarildo', diz mãe de dançarino morto no Rio

Dançarino do 'Esquenta' será velado na tarde desta quarta-feira.

A família do dançarino Douglas Rafael da Silva Pereira, conhecido como DG, de 26 anos, disse ao G1 na manhã desta quarta-feira (23) que aguarda a chegada de uma irmã do rapaz ao Rio para velar e enterrar o corpo. Segundo a mãe de DG, a técnica de enfermagem Maria de Fátima da Silva, o funeral terá início no fim desta tarde no Cemitério São João Batista, em Botafogo. DG fazia parte do Bonde da Madrugada, do programa "Esquenta", de Regina Casé. Revoltada com o caso, Maria de Fátima comparou a morte do seu filho ao desaparecimento do pedreiro Amarildo, na Rocinha.

O corpo do dançarino foi encontrado numa creche nesta terça (22), o que gerou revolta na comunidade do Pavão-Pavãozinho. Houve violento protesto, com importantes ruas de Copacabana fechadas, tiros e carro queimado. O Metrô Rio chegou a fechar acessos da Estação General Osório por segurança.

"O corpo foi liberado à noite, mas eu tive de mandar embalsamar para a irmã dele conseguir chegar. Ela mora na Espanha e só conseguiu voo, saindo de Portugal, hoje [quarta-feira] de manhã", disse Maria.
Demonstrando revolta, a mãe do dançarino disse que voltará à 13ª DP (Ipanema) para apresentar laudo pericial da morte do filho. "Um advogado da OAB me ajudou a conseguir o laudo. Disseram [a Polícia Militar] que ele morreu vítima de queda. Mas ele foi espancado pelos policiais da UPP, que arrastaram o corpo e esconderam. Meu filho ia virar outro Amarildo", disse a Maria de Fátima.

A mãe de DG diz não ter dúvida de que o filho foi espancado por policiais da UPP instalada desde 2009 na comunidade. "Eles disseram que ele caiu na creche. Como, então, o atestado de óbito diz que o peito foi perfurado? Não tinha vergalhão nenhum naquela creche. Depois disseram que ele foi confundido com bandido no meio do tiroteio. Como assim confundido?", questionou Maria de Fátima. Em entrevista à Rádio CBN, ela disse que DG chegou a ter problemas com policiais da UPP anos atrás. Eles teriam, inclusive, colocado areia no tanque de combustível da moto do dançarino após uma briga.
A UPP Pavão-Pavãozinho nega envolvimento de seus homens na morte de Douglas. Na segunda-feira, segundo a polícia, houve tiroteio na comunidade. O caso é investigado na 13ª DP.

O pedreiro Amarildo Dias de Souza, citado pela mãe do dançarino, sumiu após ser levado por policiais militares para a sede da UPP Rocinha, em julho do ano passado. Na versão inicial da PM, o pedreiro teria passado por uma averiguação e deixado o local sozinho. Após depoimentos, foram identificados policiais militares que teriam participado ativamente da sessão de tortura a que o pedreiro foi submetido ao lado do contêiner da UPP. Segundo a Promotoria, testemunhas contaram à policia sobre a participação desses PMs no crime. Ao todo, 25 policiais são julgados pelo desaparecimento.

Esquenta

DG fazia parte do Bonde da Madrugada, do programa "Esquenta", de Regina Casé. Em nota, apresentadora lamentou a morte e pediu que o crime seja esclarecido. “Eu estou arrasada e toda a família Esquenta está devastada com essa notícia terrível.

Mais cedo, a assessoria de imprensa da Globo informou que a "família Esquenta! está profundamente abalada e triste com a notícia da morte". "Perdemos um dos mais criativos dançarinos que já conhecemos em qualquer palco. Desde a primeira temporada do nosso programa, há quatro anos, DG só alegrava nossas gravações. Ele vai sempre ser lembrado em nossas vidas por estas duas palavras: alegria e criatividade”, diz o texto.

Tumulto, mais um morto e reforço

O policiamento segue reforçado na manhã desta quarta-feira (23) nas proximidades do Morro Pavão-Pavãozinho, em Copacabana, Zona Sul do Rio, após protesto violento iniciado quando foi encontrado o corpo do dançarino do programa "Esquenta" Douglas Rafael da Silva Pereira, conhecido como DG, de 26 anos, nesta terça (22). A confusão se espalhou pelas ruas do bairro, com tiros, bombas, quebra-quebra relatados por moradores e a morte de um homem, baleado na cabeça.

Helicópteros sobrevoavam a região e houve carro queimado na subida da comunidade. Houve interdições na Avenida Nossa Senhora de Copacabana e na Rua Raul Pompeia. O Metrô Rio chegou a fechar acessos da Estação General Osório por segurança.


Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, o homem baleado na cabeça durante a manifestação de moradores do Pavão-Pavãozinho já chegou morto ao Hospital Miguel Couto.
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