Presidente apresentou projeto de
lei para criar uma zona legal de apostas em território anexado
O presidente da Rússia, Vladimir
Putin, apresentou um projeto de lei para criar uma zona legal de apostas na
Crimeia, após a península ucraniana ter sido declarada parte do território
russo.
Por lei, os cassinos são
limitados a quatro áreas especiais na Rússia, todas distantes da capital
Moscou. Se o plano de Putin for adiante, a Crimeia será a quinta região onde
esses jogos de azar serão considerados legais.
Até agora, apenas Azov, uma
cidade litorânea ao leste da Crimeia, possui cassinos abertos.
A decisão ocorre em meio a
tensões entre o governo de Kiev e de Moscou.
Autoridades ucranianas acusam a
Rússia de fomentar agitações civis no leste do país.
Em Donetsk, militantes pró-Rússia ocupam há mais de uma semana edifícios públicos. Eles se recusam a reconhecer o governo de Kiev.
Em Donetsk, militantes pró-Rússia ocupam há mais de uma semana edifícios públicos. Eles se recusam a reconhecer o governo de Kiev.
Base da frota russa do Mar Negro,
a Crimeia também é um popular destino turístico.
Até 1954, a região fez parte da
Rússia. Naquele ano, o então líder Nikita Khrushchov cedeu a península à
Ucrânia.
Planos de desenvolvimento
Putin também anunciou planos
ambiciosos para desenvolver a economia da Crimeia. Mas caberá às novas
autoridades do território decidir a localização e e a extensão da zona de
cassino planejada.
Os novos líderes da Crimeia leais
a Putin não obtiveram ainda o reconhecimento internacional.
Em 2009, a Rússia decidiu banir
os cassinos de Moscou, que se multiplicavam desde o colapso da União Soviética.
Naquele ano, Putin afirmou que era necessário interromper o crescimento de
apostadores viciados em jogos de azar.
As outras zonas de apostas
oficiais na Rússia são Krai do Litoral, no extremo leste do país, Sibirskaya
Moneta, na zona central da Sibéria, Yantarnaya em Kaliningrado, no Mar Báltico,
e Azov, em Rostov.
Após a queda do comunismo, a
economia da Crimeia sofreu com o abandono de Moscou e com corrupção endêmica,
um binômio que atingiu outras partes da Ucrânia.
Grande parte do efetivo militar e
dos pensionistas da região dependem de pagamentos realizados pelo Estado.
Cidadania
Nesta segunda-feira (21), Putin
também aprovou emendas a uma lei que facilita a obtenção de cidadania russa a
quem fala o idioma, mas reside em ex-repúblicas soviéticas, como a Ucrânia.
Esse é o caso, por exemplo, da
grande maioria da população da Crimeia e de Donetsk, assim como a região de
Luhansk.
O presidente russo firmou, ainda,
um decreto que reabilita os tártaros muçulmanos e outras minorias étnicas que
sofreram durante o governo do ditador de Joseph Stálin (1878-1953).
A comunidade tártara é composta
por 300 mil pessoas — ou 15% da população da Crimeia que, em sua maioria, se
opuseram a incorporação da região pela Rússia no mês passado.
A medida de Putin também abrange
comunidades armenas, alemãs e gregas. 'Todas aquelas que sofreram durante a
repressão de Stálin', disse ele, em pronunciamento na TV.
Ele afirmou que o decreto
garantirá o desenvolvimento econômico da região, embora ele não tenha
especificado como essas minorias possam ser beneficiadas com a decisão.
Stálin acusou os tártaros de
colaborar com a Alemanha nazista durante a Segunda Guerra Mundial e os deportou
em massa à Ásia Central e à Sibéria em 1944. Muitos não sobreviveram ao exílio
forçado.
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