O ex-presidente Fernando Henrique
Cardoso (PSDB) afirmou em artigo publicado neste domingo nos jornais "O
Estado de S. Paulo" e "O Globo" que um diálogo com seu
antecessor, Luiz Inácio Lula da Silva, e a presidente Dilma Rousseff só seria
possível se houvesse um reconhecimento público do PT de que o partido errou ao
investir nos últimos anos no discurso do "nós e eles".
FHC destaca que "tardiamente,
círculos petistas se lembraram de que talvez fosse oportuno conversar com os
tucanos". "Tornou-se óbvio que há um acúmulo de crises: de
crescimento, de desemprego, de funcionamento institucional, moral, de condução
política", escreveu.
Segundo o texto veiculado nos
periódicos, o ex-presidente afirma ainda que os acenos dos petistas surgiram
quando se mostraram ineficazes as tentativas de responsabilizar fatores
externos pela crise econômica.
Repudiando qualquer conversa que
"cheire a conchavo", Fernando Henrique Cardoso reforça que, agora, o
protagonista das ações no país é a Justiça.
"Essa constatação não implica
dizer um 'não' intransigente ao diálogo", avalia. "Decidam a Justiça,
o TCU [Tribunal de Contas da União] e o Congresso o que decidirem,
continuaremos a ter a Constituição e a premência em reinventar nosso
futuro."
"É hora de reconhecerem que a
política democrática é incompatível com a divisão do país entre 'nós' e 'eles'.
(...) Cabe aos donos do poder o mea-culpa de haver suposto sempre serem a única
voz legítima a defender os interesses do povo", finaliza FHC.
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